Sérgio Botêlho – Semana será marcada por uma pauta de consenso e adiamento de confrontos no parlamento, Lula decide que ministro fica enquanto oposicionistas se defendem de acusações contra ex-presidente
A mais importante decisão da semana, no campo político, foi tomada pelo presidente Lula, nesta segunda-feira, 6. Isso porque ele decidiu manter no cargo o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), apesar das denúncias que vêm sendo feitas contra ele (Juscelino).
Lula foi aconselhado nesse sentido por correligionários, entre eles, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Do alto do seu poder e experiência, o alagoano recomendou a manutenção de Juscelino em nome do apoio do União Brasil.
É bom lembrar que no domingo, 5, o partido do ministro divulgou uma nota em seu apoio. No texto, além da defesa de Juscelino, o União Brasil ainda criticou a presidente nacional do PT, Gleisi Hofmann, em função de seu posicionamento em favor da demissão do ministro.
O presidente Lula vai ter uma semana amena no Congresso, o que é bom para quem não tem ainda uma base consolidada. Amena, pelo fato de que deputados e senadores se limitarão a votar propostas de consenso, em sua maioria, que dizem respeito à semana da mulher.
Também não será nesta semana, pelos mesmos motivos da falta de base do governo, que vai ser resolvida a pendência sobre a escolha dos comandos das comissões permanentes da Câmara e do Senado, fundamentais para o andamento dos trabalhos nas duas casas.
Nesse particular, o PT do presidente Lula e o PL do ex-presidente Bolsonaro, travam renhida disputa pelos comandos dessas comissões, com destaque para as de Constituição e Justiça da Câmara, e da Comissão de Orçamento do Congresso.
Enquanto isso, a oposição bolsonarista fica às voltas com seus perrengues, a exemplo das acusações que correm contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, sobre presentes árabes no valor de R$ 16 milhões. E pode ser mais valor ainda…
Acontece que esses presentes, na forma de joias altamente valiosas, deveriam ou terem sido encaminhadas oficial e automaticamente para a propriedade do estado brasileiro ou, em função delas (as joias), ser pago o devido imposto na Receita Federal.
Mas, nenhuma dessas providências foi tomada e a bronca é feia com investigações correndo no MPF e na PF. O ex-presidente e sua esposa estão sendo acusados agora de tentativa de se apoderar de um bem público para uso pessoal.
Pois bem. O quadro rapidamente pincelado nos parágrafos anteriores será o desta semana. Quando o governo seguirá buscando montar uma base mais consistente no parlamento, em meio aos vacilos da oposição e na expectativa, no caso, dos governistas, sobre – quem sabe? – novas denúncias contra o ministro das Comunicações.
Por enquanto, é isso.